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Cerca de 70% das escolas da rede pública estadual de ensino do Paraná paralisaram as atividades nesta quarta-feira (23), de acordo com o Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Paraná (APP-Sindicato). Centenas de professores e funcionários estão reunidos em frente ao Palácio Iguaçu, sede do governo estadual, em Curitiba, desde o início desta manhã, quando foi deflagrada a greve da categoria. “Mesmo nas escolas que estão abertas há protesto de greve. Em algumas regiões do estado, a adesão é de 100%. A perspectiva é de que amanhã a mobilização aumente ainda mais”, afirmou ao G1 a presidente do APP-Sindicato, Marlei Fernandes. Até o meio-dia, a Secretaria de Estado de Educação não havia informado a quantidade de escolas e de alunos afetados com a greve.
Em todo o Paraná, são 2.149 escolas, 1.366.251 alunos matriculados e 73.595 professores e pedagogos na rede pública estadual de ensino, conforme a secretaria.
Segundo o sindicato, decisão foi motivada pela demora do governo em responder às demandas consideradas urgentes pela categoria, como um novo modelo de atendimento à saúde, pela não implementação dos 33% de hora-atividade para o magistério no início do ano letivo de 2014 e pelos descontos no auxílio-transporte.
“Movimento demonstra a força e a união da categoria. Nossa pauta é justa e correta, já tem precisão de lei. Quem interrompeu nesse momento as negociações foi o governo do estado. Há um ano esperamos que o governo pague progressões e promoções de carreira. Categoria avaliou que a greve por tempo indeterminado era necessária para que o governo atendesse as reivindicações”, explica Marlei.
A presidente do APP-Sindicato ainda diz que a paralisação não traz prejuízos aos estudantes e que um calendário para reposição de aula e conteúdo será feito quando a greve acabar. “Muitos alunos estão presentes [na mobilização desta quarta-feira]. Eles entendem a nossa luta. A luta deles é a nossa: uma escola pública de qualidade. O professor precisa ser valorizado. Temos apoio muito grande dos alunos”, afirma.
Os educadores também cobram a implantação do Piso Nacional para o professor (mínimo de 8,32%), o reajuste no mesmo índice do Piso Regional (7,34%) para os funcionários de escolas, o pagamento das promoções e progressões em atraso, o fim do corte do auxílio transporte para os afastados por licença médica e melhoria do contrato de Processo Seletivo Simplificado (PSS).
Esclarecimento
Na terça-feira, a Secretaria de Estado da Educação informou que as escolas do Paraná deveriam permanecer abertas tanto para os professores que queiram exercer o trabalho normalmente, quanto para atender os alunos. “Caso o aluno fique sem aula, a família deve exigir da escola um plano de reposição das aulas que faltarem”, diz um trecho da nota.
Em um esclarecimento divulgado também na terça-feira, a pasta diz que a implementação da hora-atividade pedida pelo sindicato está prevista para o próximo ano letivo quando os novos professores, que estão terminando o atual concurso, tenham assumido as funções. Conforme a secretaria, isso custará R$ 17 milhões por mês ao Estado e que, atualmente, os professores têm 30% de hora-atividade – o que representa seis aulas por semana sem interação com aluno.
Quanto ao aumento de 10% reivindicado pela categoria, a secretaria diz que o governo oferece um reajuste previsto na data-base, de 6,06%, e que o Paraná paga 70% a mais do que o piso nacional, que é de R$ 1.697,00 para 40 horas. Segundo o governo estadual, o salário inicial em 2013/2014 para 40 horas por semana, já com auxílio transporte, é de R$3.005,94.
Em relação à implantação das promoções e progressões pedidas pelo sindicato, o governo afirma que os professores e funcionários com direito – aproximadamente 22 mil profissionais –, começaram a receber em março e que a primeira parcela dos avanços devidos será paga no mês de maio. “Compromisso será totalmente quitado até o fim deste ano”, diz um trecho do esclarecimento emitido pelo governo.
O governo ainda garante estar em fase final de um concurso público para a contratação de 13,7 mil novos professores e pedagogos. De acordo com o governo, nos últimos três anos foram contratados 17.261 novos professores e funcionários aprovados em concurso público e outros 4,2 mil funcionários administrativos e de apoio, que aguardavam nomeação desde 2007.