Um levantamento feito pela ONGRepórter Brasil identificou que na água da Sanepar consumida pela população de Maringá têm algum nível de contaminação por agrotóxicos e outras substâncias químicas e radioativas acima dos limites preconizados pelo Ministério da Saúde.
Segundo o MS, se as substâncias extrapolarem esses limites, tornam-se perigosas à saúde humana.
As informações contidas em um mapa nacional da água, referentes as análises de qualidade da água nos anos de 2018 a 2020 foram enviadas pelas empresas de abastecimento dos municípios ao Sisagua, banco de dados mantido pelo Ministério da Saúde.
O levantamento do Repórter Brasil indica que a água que sai da torneira dos consumidores foi contaminada em 763 cidades brasileiras. Entre elas estão Maringá e Londrina, as duas maiores cidades do interior do Paraná.
De acordo com o Mapa da Água, em Maringá, foi encontrado o composto químico 2, 4, 6 triclorofenol, que pode gerar linfomas, leucemia e câncer de fígado, caso seja ingerido. O elemento é utilizado como agrotóxico para preservar madeira e couro, além de ser a base para a produção de outros produtos químicos. Em Sarandi, o levantamento indica a presença de nitrato, classificado como provavelmente cancerígeno.
Em Londrina foi encontrado uma substância acima do limite de segurança recomendado em sua água. Trata-se do selênio, que é classificado pela Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos como cancerígeno para humanos. A exposição a altos níveis do composto químico provoca descoloração da pele, deformação, perda de unhas e cabelo, cárie, falta de agilidade mental e apatia. O elemento pode ser encontrado em esmaltes, tintas, borracha, baterias, explosivos, fertilizantes, ração animal, produtos farmacêuticos, shampoos e aço inoxidável.
Veja também os dados sobre as águas de outras cidades do Paraná:
Nas águas de Marialva (região Metropolitana de Maringá) foram encontradas quatro substâncias que podem afetar a saúde humana. A cidade tem excesso de selênio, Benzo[a]pireno, nitrato e do agrotóxico DDT e seus derivados DDD e DDE, que são proibidos em território brasileiro. O nitrato pode ser encontrado em fertilizantes, conservantes de alimentos, explosivos e em medicamentos vasodilatadores. Todos os elementos citados são cancerígenos.
O Mapa das Águas indica a presença de seis substâncias nocivas na água tratada de Astorga: o 2, 4, 6 triclorofenol e o diclorometano, potencialmente causadores de doenças crônicas como o câncer, além de ácidos haloacéticos, trihalometanos (derivados do metano que incluem substâncias como o clorofórmio, que pode produzir efeitos no fígado, rins e sangue), mercúrio (metal ligado a tumores no esôfago, na tireoide e renais) e tetracloreto de carbono.
Em Cornélio Procópio, os testes identificaram a presença de 2,4,6 triclorofenol, uma substância considerada cancerígena pela Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos, podendo provocar linfomas, leucemia e até câncer do fígado, de acordo com o Repórter Brasil, sua presença pode estar ligada à adição de cloro na água, como medida para desinfecção, mas também é utilizada como anti-séptico, agrotóxico para preservação da madeira e do couro e como tratamento anti-mofo.
Também foi identificada a presença dos agrotóxicos Endrin, Permetrina e Simazina, que pode atacar, entre outras coisas, o fígado e o sistema nervoso central, e ácidos haloacéticos, subprodutos da desinfecção da água, mas que são classificados como possivelmente cancerígenos para humanos.
Situada ao lado de Cornélio, Uraí também teve substâncias perigosas detectadas na água entre os anos de 2018 e 2020: o 2,4,6 triclorofenol, que gera risco de câncer ou outras doenças crônicas, e ácidos haloacéticos.
Também ao lado de Cornélio, as amostras coletadas em Leópolis indicaram a presença de benzoapireno, substância que, além de cancerígena, pode causar danos ao DNA. As amostras ainda indicaram a presença dos agrotóxicos metamidofós, metolacloro e permetrina, ácidos haloacéticos e tetracloreto de carbono (Substâncias Orgânicas.
Análise das águas No Brasil
As análises de qualidade da água que constam no levantamento do Repórter Brasil indicam que a água que sai da torneira dos consumidores foi contaminada em 763 cidades brasileiras. As substâncias foram identificadas ao menos uma vez em testes feitos nos anos de 2018, 2019 e 2020, afirma a reportagem, que traz um mapa para consulta por município - chamado de Mapa da Água.
Se os dados sobre a situação da água fornecida em sua cidade não estiverem nesta publicação, acesse agora o Mapa da Água. (Via: Saibajá-news)