Em 2015, mesmo com o corte de recursos em diversas áreas, os valores repassados para as entidades não diminuiu, pelo contrário. Ao todo, R$ 2,9 bilhões já chegaram aos cofres dos sindicatos.
O montante é 7,7% maior do que o repassado em igual período do ano passado, (R$ 2,7 bilhões). O repasse acontece desde 1943. No entanto, as centrais sindicais só passaram a contar com a verba a partir de 2008, por meio de lei autorizadas pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Até então, apenas sindicatos, federações e confederações recebiam.
“Poucos países no mundo têm esse sistema, que representa um atraso sem tamanho. Isso já deveria ter sido extinto e seria bom até para os sindicatos, que precisariam ser mais representativos e eficientes”, aponta Gil Castello Branco, secretário-geral do Contas Abertas.
Para ele, mesmo que existisse justificativa legal para a Caixa não informar esses dados, ela seria totalmente imoral, já que são recursos retirados diretamente dos trabalhadores. “A divulgação das informações por entidade é um grande avanço para a transparência e controle social no país”, aponta Castello Branco.
A falta de informação já havia chamado inclusive a atenção do Tribunal de Contas da União (TCU), que faz fiscalizações esporádicas relacionadas a sindicatos. Em voto do ano passado, o órgão critica a pouca transparência, ressaltando que trata-se de dinheiro público.
“Conclui-se, de qualquer forma, ser a contribuição (sindical) recurso de caráter público, porquanto oriundo da tributação, isto é, compulsoriamente exigida à sociedade. Vale acrescentar que o fato de os recursos serem recolhidos à Caixa Econômica Federal e, só depois, repassados aos sindicatos não lhes modifica a natureza”. (Inf. http://sergiorochareporter.com.br/)