21 de outubro de 2014

Ex-diretor da Petrobras diz que senadora Gleisi Hoffmann recebeu R$ 1 milhão


O ex-diretor de Abastecimento da Petrobras Paulo Roberto Costa teria afirmado em sua delação premiada ao Ministério Público Federal que, em 2010, o esquema de corrupção na estatal repassou R$ 1 milhão para a campanha ao Senado da petista Gleisi Hoffmann (PR). A informação é do jornal Estado de S. Paulo. Em 2011, no início do governo da presidente Dilma Rousseff, ela se licenciou do mandato para assumir o cargo de ministra-chefe da Casa Civil – posto que ocupou até fevereiro deste ano.

O ex-diretor da Petrobras teria dito que recebeu pedido para "ajudar na candidatura" de Gleisi. Segundo ele, a solicitação foi feita pelo doleiro Alberto Youssef.

Costa e Youssef são alvo da Operação Lava Jato, deflagrada em março pela Polícia Federal para combater o que considera uma organização criminosa que se instalou na Petrobrás para promover corrupção e lavagem de dinheiro.


Na delação, segundo o jornal, o ex-diretor da estatal lembrou ainda que, em 2010, o marido de Gleisi, Paulo Bernardo, ocupava o cargo de ministro de Planejamento, Orçamento e Gestão do governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Neste ano, a petista concorreu ao governo do Paraná e terminou a disputa na terceira colocação, com 14,9% dos votos.

Gleisi afirma que não conhece Costa nem Youssef

A senadora Gleisi Hoffmann afirmou que os repasses para sua campanha em 2010 foram todos declarados à Justiça Eleitoral. Por meio de sua assessoria de imprensa, a ex-ministra chefe da Casa Civil do governo Dilma Rousseff foi taxativa. 

– Todas as doações para minha campanha estão na prestação de contas fornecidas ao Tribunal Superior Eleitoral.

No comunicado, Gleisi afirmou que "não conhece Alberto Youssef nem Paulo Roberto Costa". O ministro Paulo Bernardo (Comunicações), também citado por Youssef na delação, negou qualquer possibilidade de ter ocorrido esse pedido e pagamento de propina na campanha de 2010 da senadora.

– Eu estive com esse Beto Youssef uma única vez quando eu era deputado e membro da CPI do Banestado. Ele estava preso e foi depor, e pelo que me lembre ele se valeu do direito de ficar calado. Chance zero disso ter acontecido, em hipótese alguma – explicou o ministro.

Bernardo garantiu que a senadora e sua mulher não conhece e nunca conheceu Youssef. 

– Nunca estive em outra ocasião com ele. Nunca falei com ele por telefone, ou e-mail. Não sei porque ele falaria em ajudar a campanha da Gleisi e precisa ver se é mesmo a campanha dela.