Uma em cada quatro famílias de refugiados da guerra que dura mais de três anos na Síria é chefiada por uma mulher, informou nesta terça-feira (8) o Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados, Acnur. Segundo o relatório “Mulher Sozinha – a Luta pela Sobrevivência das Refugiadas Sírias”, 2,8 milhões de sírios já foram registrados como refugiados – mulheres e crianças são quase 80% deste total.
De acordo com a pesquisa, a principal dificuldade relatada pelas 135 refugiadas entrevistadas no Egito, no Líbano e na Jordânia é a falta de recursos financeiros - apenas 20% delas têm trabalho fixo, outras 20% recebem ajuda de parentes e algumas enviam os filhos para trabalhar. Mais da metade (60% das entrevistadas) 60% das mulheres entrevistadas expressaram sentimentos de insegurança e um terço delas disse não ter dinheiro suficiente para comer.
"Devido a esta situação, o Acnur está solicitando uma nova ação urgente por parte dos doadores, dos países que abrigam estas refugiadas e de outras agências humanitárias", informa o comunicado da agência para refugiados.
“Uma mulher sozinha no Egito é uma presa para todos os homens,” disse a refugiada síria Diala, que vive em Alexandria, no Egito. Na Jordânia, a síria Zahwa relatou ao Acnur que ela foi assediada até mesmo por refugiados ao coletar cupons de distribuição de comida. “Eu estava vivendo com dignidade, mas agora ninguém me respeita porque não tenho um homem ao meu lado.”
Segundo o Acnur, mais de 150 organizações humanitárias trabalham com as refugiadas sírias e suas famílias.
Iniciada como uma revolta entre manifestantes que pediam mais transparência do governo, a guierra na Síria forçou 9 milhões de sírios a abandonar seus lares e já deixou pelo menos 162 mil mortos, entre eles 80 mil civis e 8,6 mil crianças. Segundo o Acnur, o número total de refugiados deve chegar a 3,6 milhões de pessoas ao final deste ano. G1