Os governos de Brasil e Argentina estão avançando em uma negociação para fazer um convênio de cooperação na área de segurança nos estádios antes e durante a Copa do Mundo deste ano. A maior preocupação das autoridades brasileiras é a presença dos chamados "barra-bravas", torcedores argentinos conhecidos por atitudes violentas. A informação foi publicada pelo jornal argentino La Nación.
O Brasil pediu à Argentina uma lista com torcedores que possuam pendências judiciais no país vizinho, além daqueles que tiveram a entrada proibida nos estádios argentinos. De acordo com o La Nación, a proibição não será ampliada para evitar a presença deles na Copa, mas a troca de informações terá importância para que a polícia brasileira possa seguir de perto os passos desses torcedores durante o Mundial.
Esta lista já está em preparação no Ministério de Segurança da Argentina e na Polícia Federal do país. As autoridades pediram também aos clubes argentinos que fornecessem informações que pudessem ajudar nesse convênio, desde os times da elite até às últimas divisões, mas o apoio dos dirigentes foi "quase nulo", segundo uma fonte ligada ao ministério relatou ao La Nación.
Uma reunião entre membros das polícias de Brasil e Argentina, além de representantes de ministérios dos dois governos, será realizada na próxima segunda-feira, em Brasília, para definir detalhes da cooperação e da participação dos argentinos no Centro de Cooperação Policial Internacional, que fará a segurança da Copa do Mundo.
"Vamos levar toda a informação que nós temos. Vamos cuidar das fronteiras e de todos os movimentos internos nas ruas argentinas para evitar encontros desses barras", disse um membro do Ministério da Segurança argentino, que não se identificou ao La Nación.
Os "barra-bravas" argentinos provocaram incidentes na última Copa do Mundo na África do Sul, em 2010, quando foram registradas a morte de um torcedor argentino e as deportações de outros 29. UOL