Somos diferentes, e é isso que faz do homem um ser tão rico e surpreendente. Tenho o privilégio de ser integrante de um país rico em multiplicidade, são inúmeras culturas e raças unidas e apaixonadas pela vida e a alegria de viver.
O Brasil é um exemplo de lugar onde todos vivem pacificamente com o diferente, e acredito que a maioria se orgulhe muito disso, pelo menos eu me orgulho muito.
Parece algo contraditório até, um país tão avançado em suas relações sociais ser ao mesmo tempo tão atrasado em outras inúmeras esferas, mas isso é assunto para outro artigo. Enfim esse tema; de diferenças, multiplicidade e união; veio à minha mente essa semana pela lembrança do Dia Internacional da Síndrome de Down, 21 de março, próxima sexta-feira.
Para aqueles que não sabem muito sobre essa síndrome seguem algumas curiosidades: o nome da síndrome se deve ao médico britânico que a descreveu em 1866, John Langdon Down; ela é constatada pela trissomia 21, isso é: uma alteração genética onde se têm um cromossomo a mais no par 21; é por esse motivo que o dia 21/3, ou 3/21 na grafia americana, foi escolhido para se lembrar da síndrome.
Somos todos diferentes, mas ao mesmo tempo iguais. A beleza da vida está aí, na alegria de descobrir coisas e pessoas diferentes, a vida não teria sentido se todos concordassem e fossem iguais em tudo. Somar e/ou multiplicar seu conhecimento, graças à igualdade, pela qual te dá acesso ao outro é o que dá sentido a nossa existência.
O que quero com esse artigo é incitar você a olhar para aqueles que têm Down da mesma forma como olha para todas as outras pessoas, que são diferentes de você, ou seja, repito, todas as outras pessoas. Assim como você é uma pessoa única, as pessoas com Down também são. Podem saber mais que você sobre algum assunto e ser melhor que você em outros.
Então porque não somar, trocar e multiplicar com elas também? Vira e mexe tenho me admirado com pessoas com diversos tipos de deficiência que incrivelmente, para mim, são exemplo de superação e alegria.
Neste domingo mesmo, pude assistir o encerramento das Paraolimpíadas de Inverno de Sóchi. Ao ver o quanto muitos daqueles que possuem diversas limitações foram capazes de fazer por seu país e por si mesmas, me sinto motivado a fazer cada vez mais pela população e pelo meu país. Quando estiverem falando de união e igualdade social, lembre-se de incluir o maior número de diferentes realidades e cromossomos nessa discussão, isso inclui você, seu vizinho e qualquer outro que possa ter alguma síndrome ou limitação.
Wilson Quinteiro Deputado Estadual do Paraná, pelo PSB; advogado e escritor
Via Maringá Manchete