O processo do mensalão só a Justiça e as pessoas que nele atuaram conhecem. Portanto, só elas tem autoridade para opinar sobre o tema. O resto é questão de opinião e pelas regras da nossa democracia cada um tem o direito de pensar e falar o que quiser, de acordo com a respectiva inteligência, interesse pessoal, conveniência e capacidade de raciocinar sobre os acontecimentos do dia a dia. Uma coisa é certa: Durante a sua trajetória o PT usou e abusou do direito de expressão e manifestação. Formou inicialmente seus quadros majoritariamente com elementos que lutaram pela implantação da ditadura comunista no Brasil, os quais receberam treinamentos de guerrilha em países de regimes totalitários, que na época tinham como objetivo precípuo disseminar a ditadura em nosso continente. Esses países foram Cuba e União Soviética. A pretexto de atuar politicamente, tais elementos adotaram como bandeira a prática de condutas criminosas hediondas, como sequestros, assaltos a bancos e assassinados.
Com um discurso estrategicamente ajustado às aspirações da época, conquistou apoios de respeitáveis segmentos, como a Igreja Católica - que havia apoiado o golpe militar de 1964 -, os trabalhadores e seus sindicatos, assim como parte da intelectualidade, além de ponderável parcela das associações de servidores públicos estáveis. Até chegar ao poder orientou-se pela bandeira do "não. Não participou do colégio eleitoral que elegeu Presidente o governador mineiro Tancredo Neves, derrotando o governador paulista Paulo Maluf e pondo fim à ditadura militar; Não assinou a constituição aprovada pela Assembléia Nacional Constituinte em 1988; Nos processos eleitorais sua prática era a rejeição ìnconcidional às coligações partidárias, salvo se fosse cabeça de chapa. A pretexto de reivindicar, parou o país inúmeras vezes com greves - no setor público e privado - e protestos diversos, privando a população de serviços essenciais, principalmente na área de educação, saúde, transportes e saneamento básico. Sua linha de ação foi marcada pela crítica virulenta e implacável a governos e governantes, autoridades, políticos e todos que não integravam os seus quadros ou contrariavam os seus interesses, inclusive Sarnei, Maluf e Color. A pretexto de fazer oposição, caluniou, difamou e injuriou, pessoas e famílias. Nunca concordou com nada. Nunca apresentou proposta alternativa para a solucionar os problemas que angustiavam a nossa população, pincipalmente os menos favorecidos. Seu discurso, embora extenso e virulento, esgotava-se na síntese: não. Guindado ao poder, foi a maior frustração. Não promoveu o desenvolvimento, nem combateu a corrupção. Não diferiu em nada daqueles a quem acusou, ao contrário, a estrondosa maioria - senão todos - daqueles que acusou de crimes como corrupção e desmandos administrativos diversos hoje são seus aliados, inclusive Collor, Maluf e Sarnei. Pilhado no escândalo que foi denominado mensalão, o maior enredo de corrupção e tráfico de influência da história do nosso país, limitou-se a lembrar evasivamente os erros dos governantes anteriores, como se um mal justificasse o outro, sem se pronunciar sobre o fato de que a base aliada do seu governo é composta, majoritariamente, por aqueles mesmos políticos que acusou de corrupção nos governos passados. Pessoalmente não opino sobre esse caso, porque só podem falar sobre um processo as pessoas que nele atuam diretamente. Não aplaudo e nem lamento as prisões. A justiça não pode ser leniente, nem utilizada como instrumento de vingança e o único mecanismo de que dispõe para investigar irregularidades é o processo. No presente caso, ao que consta, o processo foi demoradamente discutido, com ampla possibilidade aos acusados de produzirem provas e apresentarem todos os recursos cabíveis. O Judiciário fez muito bem o que estava a seu alcance. Agiu com ponderação e muita coragem, dando aos acusados todas as possibilidades de defesa previstas no ordenamento jurídico, inclusive os polêmicos embargos infringentes. Portanto, resta a cada um de nós aguardar que as penas impostas sejam realmente cumpridas e que tais fatos não se repitam. (Dr. Joel Coimbra, via Facebook)